Uma das chamadas doutrinas fundamentais dos adventistas do sétimo dia é a doutrina conhecida como Juízo Investigativo. Para mostrar a importância dessa doutrina certo escritor adventista assim declara: “Se
a doutrina de 1844 não era bíblica, Ellen White pertencia à mesma
classe de Marv Baker Eddv e Joseph Smith.” … “Se o juízo de 1844 não era
bíblico, a igreja tampouco o era. ‘… “A lógica me dizia que se a data
de 1844 não fosse bíblica, o adventismo não seria nada mais do que uma
seita.” (1844 — Uma Explicação Simples das Principais Profecias de Daniel, p. 9,10,2’ edição – 1999 – CASA).
Uma
pergunta muito intrigante para os adventistas que sustentam essa
esdrúxula doutrina: por que será que nenhum adventista aborda a questão
do Juízo Investigativo quando tenta ganhar um adepto para o adventismo?
Nunca encontrei um adventista que quisesse dialogar sobre o assunto. Com
muita freqüência e até insistência abordam a questão da guarda do
sábado e se comprazem em polemizar sobre o assunto. Mas, com relação ao
juízo investigativo, nunca encontrei um que quisesse discutir sobre esse
tema. Se essa doutrina é tão fundamental a ponto de se considerar que a
sobrevivência do adventista depende dela, por que tanta falta de
conhecimento por parte dos adventistas que não querem perder tempo com
seus opositores sobre o assunto?
EGW recomenda que se conheça bem a doutrina do Juízo Investigativo, afirmando:
“O
assunto do santuário e do juízo de investigação, deve ser claramente
compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam para si mesmos de
conhecimento sobre a posição e a obra de seu grande Sumo Sacerdote.
Aliás, ser-lhes-á impossível exercerem a fé que é essencial neste tempo,
ou ocupar a posição que Deus lhes deseja confiar”.
“É de máxima
importância que todos investiguem apuradamente estes assuntos, e possam
dar resposta a qualquer que lhes peça a razão da esperança que neles
há”. (O CONFLITO DOS SÉCULOS, 491/ 92- 240 edição, 1980).
Para
justificar esse ensino estranho às Escrituras, porque a Bíblia fala do
Juízo Executivo ou também conhecido como Juízo Final (Mt 25.31,32;
Apocalipse 20.11-15), os adventistas do sétimo dia (ASD) tentam
justificá-lo com Apocalipse 14.6,7, “Temei a Deus e dai-lhe glória:
porque vinda é a hora do Seu juízo.” (O Conflito dos Séculos, p. 435,
24’ edição, 1980)
É conhecida essa declaração como a mensagem do primeiro anjo.
A NATUREZA DO JUÍZO DE AP. 14.7
Qual
a natureza do julgamento indicado em Apocalipse 14.7? Não é certamente
nada relacionado com esse ensino espúrio de Juízo Investigativo.
Trata-se de juízo de castigo imposto por Deus. Os santos foram
perseguidos dos modos mais cruéis e bárbaros (Ap 7.9-15). Quando eles
clamaram ao Senhor por justiça e julgamento, foi-lhes dito que deveriam
descansar ainda por um pouco de tempo (Apocalipse 6.9-11). Mas,
terminado o tempo permitido aos grandes perseguidores, uma grande
mudança veio. A hora do juízo de Deus esperada, chegou. O juízo
retribuidor de Deus tinha já começado a cair. O anúncio da hora do juízo
de Deus em Apocalipse 14.7 é seguido por uma longa série de juízos,
atingindo o seu clímax na parte final do capítulo vinte (Ap 17.1;
18.8,10,20:19.2. 11-20).
Ora, o texto de Ap 14.6,7 fala do juízo
de Deus sobre a impiedade e não de Juízo Investigativo. Esse ensino do
Juízo Investigativo é apenas um paliativo arrumado para justificar a
falsa profecia sobre a vinda de Jesus, que não ocorreu como esperada.
Jesus preveniu sobre o surgimento de falsos profetas (Mt 24.5,11,23-25) e
a profecia de William Miller sobre a vinda de Jesus em 22 de outubro de
1844 tem essa característica de falsa profecia (Dt 18.20-22). Não
gostaríamos de pensar que os amigos adventistas aguardam o juízo de Deus
por causa de suas crenças apóstatas (1 Tm 4.1).
Como sabemos,
esse ensino foi decorrente do fracasso profético de William Miller (ou
Guilherme) Miller que marcou duas datas para a vinda de Jesus e elas não
se cumpriram: a primeira para 21 de março de 1843 e a segunda para 22
de outubro de 1844.
Como resultado de seus estudos proféticos no livro de Daniel, notadamente 8.14, chegou ele à seguinte conclusão:
a) que Cristo voltaria de maneira pessoal e visível, nas nuvens dos céus, cerca do ano de 1843;
b)
que os justos mortos ressuscitariam incorruptíveis e os justos vivos
seriam transformados para a imortalidade, sendo ambos levados juntos
para reinarem com Cristo na nova terra;
c) que os santos seriam apresentados a Deus;
d) que a terra seria destruída pelo fogo;
e) que os ímpios seriam destruídos e seus espíritos conservados em prisão até sua ressurreição e condenação;
f) que o início do milênio ensinado na Bíblia eram os mil anos que se seguiam à ressurreição.”(Fundadores da Mensagem, p. 19)
Um
dos membros seguidores de Miller, conhecido como Hiram Edson, não
conformado com o fracasso profético conhecido entre os adventistas como
o teve uma visão no dia seguinte a esse fracasso profético.
“Detive-me
em meio ao campo. O céu parecia abrir-se-me a vista e vi distinta e
claramente que em lugar de nosso Sumo Sacerdote sair do Lugar Santíssimo
do santuário celestial para vir à Terra… Ele pela primeira vez nesse
dia entrava no segundo compartimento desse santuário; e que tinha uma
obra para realizar no Santíssimo antes de vir à Terra.” (História do
Adventismo, de C. Mervyn Maxwel, p. 50)
Jesus, ao invés de
vir à terra no final dos 2300 dias de Dn 8.14, interpretado como sendo
2.300 anos proféticos a começar de 457 A C., entrou ele em 22 de outubro
de 1844 no lugar santíssimo do santuário celestial para levar a efeito a
obra final da redenção. Esse ensino é também conhecido como a redenção
incompleta.
E. G. WHITE
Embora, como
dissemos, a doutrina sobre o Juízo Investigativo tenha se iniciado com
Hirom Edson, o homem da visão sobre a entrada de Jesus no santo dos
santos em 22 de outubro de 1844, Ellen Gould White endossou esse ensino
no seu livro O CONFLITO DOS SÉCULOS. Há um capítulo inteiro (de n. 28)
desse livro que trata exaustivamente do assunto, intitulado “O GRANDE
JUÍZO DE INVESTIGAÇÃO (idem, p. 483).
Assim, os ASD tiveram uma
profetiza no seu meio que validou o ensino do Juízo Investigativo, como
também o ensino sobre O SANTUÁRIO CELESTIAL. EGW atuou entre eles de
dezembro de 1844, quando recebeu sua primeira visão, até sua morte em
1915. Ellen, então uma jovem de 17 anos, estava entre aqueles que
participaram do movimento que esperou o retorno de Jesus em 22 de
outubro de 1844. Quase dois meses depois, ela teve sua primeira visão.
Durante sua vida, ela teve mais de duas mil visões.
Os adventistas seguiram sem reservas as orientações dessa jovem.
Vejamos como ela justifica o fracasso profético de Míller: “Tanto
a profecia de Daniel, capitulo 8, verso 14 — ‘Até duas mil e trezentas
tardes e manhãs; e o santuário será purificado ‘- como a mensagem do
primeiro anjo — ‘Temei a Deus e dai-lhe glória; porque é hora de Seu
juízo ‘- indicavam o ministério de Cristo no lugar santíssimo, o juízo
investigativo, e não a vinda de Cristo para resgatar o Seu povo e
destruir os ímpios. O engano fora, não na contagem dos períodos
proféticos, mas no acontecimento a ocorrer no fim dos 2.300 dias. Por
este erro, os crentes sofreram desapontamento…’ (O Grande Conflito, p.
423/4, 24 edição, 1980).“Cristo aparecera, não à Terra, como esperavam,
mas, conforme fora prefigurado tipicamente, ao lugar santíssimo do
templo de Deus, no Céu.”(idem, p. 424)
“O ministério do
sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário,
‘para dentro do céu’ que formava a porta e separava o lugar santo do
pátio externo, representa o ministério em que entrou Cristo ao ascender
ao Céu. Era a obra do sacerdote no ministério diário…” (Ibidem, 420)
LUGAR ONDE JESUS ENTROU NA SUA ASCENSÃO
Se
há um ensino sobre o qual a Bíblia é clara é o de que, por ocasião da
sua ascensão, Jesus entrou diretamente na presença de Deus no santo dos
santos.
“Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os
olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de
Deus. “(At 7.55)
“Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou
antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus,
e também intercede por nós. “(Rm 8.34)
“Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. “(Ef 1.20)
“Portanto,
se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde
Cristo está assentado à dextra de Deus.”(Cl 3.1)
Contraditoriamente, EGW declara: “Como sacerdote, Cristo está agora assentado com o Pai em Seu trono (Apocalipse 3.2].)
Ora,
como Jesus poderia estar assentado com o Pai em Seu trono e ao mesmo
tempo exercer a função de um sacerdote (e não de sumo sacerdote) se o
sacerdote se apresentava diariamente no lugar santo e só o sumo
sacerdote comparecia ao santo dos santos uma vez no ano? Como sabemos o
santo dos santos era o Shekinah que representava o trono de Deus.
Esclarece ela sobre o santuário:“Além
do pátio exterior, onde estava o altar das ofertas queimadas, consistia
o tabernáculo, propriamente dito, em dois compartimentos, chamados o
lugar santo e o lugar santíssimo, separados por uma rica e bela cortina,
ou véu; um véu idêntico cerrava a entrada ao primeiro
compartimento.”(ibidem, p.412)
Diz mais ela:“O serviço
do santuário terrestre dividia-se em duas partes: os sacerdotes
ministravam diariamente no lugar santo, ao passo que uma vez ao ano o
sumo sacerdote efetuava uma obra especial de expiação no lugar
santíssimo, para a purificação do santuário.”(ibidem, p.417)
Do
exposto, verificamos que EGW não ignorava as funções específicas tanto
do sacerdote como do sumo sacerdote. Sabia também ela, pela Bíblia, que
Jesus exerce as funções, não de sacerdote diariamente no lugar santo,
mas que Jesus é nosso sumo sacerdote. E esta posição de Cristo, como
sumo sacerdote, é repetida muitas vezes na Bíblia no livro de Hebreus.
JESUS COMO SUMO SACERDOTE
“Visto
que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou
nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um
sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém,
um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. “(Hb 4.14,15)
“Porque
todo o sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor
dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e
sacrifícios pelos pecados.”(Hb 5.1) Outros textos: (Hb 5.8; 8.1).
Por
outro lado, a expressão ‘dentro do véu’ não se aplicava à porta que
separava o lugar santo do pátio externo, mas separava o lugar santo do
lugar santo dos santos ou santíssimo.
O VÉU DE SEPARAÇÃO DO LUGAR
SANTO DO SANTO DOS SANTOS (OU SANTÍSSIMO)
A
palavra véu, referindo-se ao templo, é encontrada algumas vezes no Novo
Testamento. “E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a
baixo…” (Mt 27.5 1)
“E o véu do templo se rasgou em dois, d’alto a baixo.”(Mc 15.38)
“Escurecendo-se o sol; rasgou-se ao meio o véu do templo.” (Lc 23.45)
EGW conhecia muito bem essa distinção entre os dois lugares: santo e santo dos santos, separados por um véu ou cortina.
Diz ela: “Ao
irromper dos lábios de Cristo o grande brado: ‘Está consumado’,
oficiavam os sacerdotes no templo. “… “Com ruído rompe-se de alto a
baixo o véu interior do templo, rasgado por mão invisível, expondo aos
olhares da multidão um lugar dantes pleno da presença divina. Ali
habitara o shekinah. Ali manifestara Deus Sua glória sobre o
propiciatório. Ninguém, senão o sumo sacerdote, jamais erguera o véu que
separava esse compartimento do resto do templo. Nele penetrava uma vez
por ano, para fazer expiação pelos pecados do povo. Mas eis que esse véu
é rasgado em dois. O santíssimo do santuário terrestre não mais é um
lugar sagrado. “(O Desejado de Todas as Nações, p. 564)
“E,
além do segundo véu, estava o sagrado shekinah, a visível manifestação
da glória de Deus, ante a qual ninguém, a não ser o sumo sacerdote,
poderia entrar e viver.”(O Grande Conflito, p. 414)
Em cada lugar
onde a expressão ‘interior do véu’ é usada, sempre, sem exceção,
refere-se ao santo dos santos ou santíssimo. Onde quer que a palavra
‘véu’ é citada na Bíblia é usada em conexão com os serviços
sacrificiais, e isso significa também a cortina entre o lugar santo e o
santo dos santos. Contradizendo-se, a Sra. White, para justificar o
ensino que Jesus só entrou no lugar santo dos santos em 22 de outubro de
1844, procura dar a idéia de que o véu de Hb 6.19,20 significa o véu
entre o átrio exterior e o lugar santo.
“O ministério do
sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário,
‘para dentro do véu’ que formava a porta e separava o lugar santo do
pátio externo, representa o ministério em que entrou Cristo ao ascender
ao Céu.
“Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro compartimento.” (íbidem, p. 420).
Não
ignora a Sra. White que a expressão por ela usada “para dentro do véu”
não separava o pátio externo do lugar santo, como pretende fazer crer,
mas a expressão “para dentro do véu” que aparece em Hebreus 6.19,20
aplicava-se ao véu que separava o lugar santo do lugar santo dos santos.
Leiamos: “A qual temos como âncora da alma segura e firme, e
que penetra até ao INTERIOR DO VÉU: onde Jesus, nosso precursor entrou
por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisede
que.” (Hebreus 6.19,20).
O escritor de Hebreus
declara que Jesus, como nosso precursor, já havia entrado no interior do
véu (o compartimento conhecido como o santo dos santos) quando sua
epístola fora escrita. Comparemos agora com Êxodo 26.33, “Pendurarás o
véu debaixo dos colchetes, e meterás a arca do testemunho ali DENTRO DO
VÉU, E ESTE VÉU vos fará separação entre o santuário e o lugar
santíssimo.” “Disse pois o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que
não entre no santuário em todo o tempo, PARA DENTRO DO VÉU, diante do
propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque eu
apareço na nuvem sobre o propiciatório.’ (Levítico 16.2)
Como
vemos o véu fazia separação entre o lugar santo e o santíssimo e não
entre o pátio externo e o lugar santo como pretende a Sra. White. É
tapar o sol com a peneira.
“O serviço no santuário terrestre
dividia-se em duas partes: os sacerdotes ministravam diariamente no
lugar santo, ao passo que uma vez ao ano o sumo sacerdote efetuava uma
obra especial de expiação no lugar santíssimo, para a purificação do
santuário. (Ibidem, p. 417).
O JULGAMENTO SEGUE À SEGUNDA VINDA DE JESUS
Os
textos bíblicos básicos em apoio de tal interpretação são os seguintes:
2 Timóteo 4.1; 1 Coríntios 4.5. Essas passagens indubitavelmente
identificam o tempo do julgamento com a segunda vinda do Senhor.
“Conjuro-te
pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os
vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino.”(2 Tm 4.1)
“Portanto
nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também
trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos
corações; e então cada um receberá de Deus o louvor.”(1 Co 4.5)
Paulo
fala de Cristo, em sua vinda, “trazendo à luz as coisas ocultas das
trevas”. Ainda em Romanos 2.16 ele afirma, “No dia em que Deus há de
julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo meu evangelho”.
E no vrs. cinco ele refere ao “dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus” dizendo: “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente,
entesouraras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus”.
Não há engano a respeito disso. Nós sabemos quando o dia da
ira chegará. É no segundo advento — o tempo quando o povo dirá o que
está em Apocalipse 6.16,17: “Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto
daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro. Porque é
vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”
O próprio
Cristo colocara as cenas do juízo após a sua vinda. Aqui estão as
palavras solenes de Jesus com que ele introduzirá o julgamento: Quando,
pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele,
então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas
todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as
ovelhas dos cabritos” (Mt.25:31-32)
Jesus ensinou a mesma verdade
em outras passagens: Mateus 13.24-30, 36-43.Outra vez, há nessa parábola
da rede lançada ao mar, onde foram apanhados os peixes bons e ruins,
que em seguida foram separados. Os bons foram mantidos, mas os maus
foram lançados fora. Qual o significado disto?
“Os anjos virão” –
explica Jesus e separarão os pecadores dentre os justos. E quando isto
será feito? Assim será no fim do mundo é outra vez dito por Jesus
(Mateus 13.47-50)
Na ocasião solene de seu último aviso ao povo
judeu, Jesus falou: “E Jesus clamou, e disse: Quem crê em mim, crê, não
em mim, mas naquele que me enviou.” Quem me rejeitar a mim, e não
receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho
pregado, essa o há de julgar no último dia. “(João 12.44, 48) O
julgamento segue o segundo advento. Note que isso é ensinado nos
seguintes textos: 2 Timóteo 4.1; 1 Pedro 4.5; Romanos 14.12; 1 Coríntios
3.13; 2 Tessalonicenses 1.5-10; Ap 20.11-15)
NÃO UM JULGAMENTO INVESTIGATIVO
Note
que em nenhum estágio do julgamento, nem Deus nem os anjos são
representados como conduzindo uma investigação. O juízo de Deus é, em
todos os casos, anunciado ou revelado e sua vindicação ou cada provação
manifestada.
Aquele dia será dia da “… manifestação do juízo de
Deus” (Romanos 2.5). “o qual trará também trará à luz as coisas ocultas
das trevas e manifestará os desígnios dos corações” (1 Coríntios 4.5).
“Pois todos nós devemos comparar ante o tribunal de Cristo”(2 Coríntios
5.10)
As Escrituras ensinam principalmente que os homens são
julgados conforme seu relacionamento com Jesus Cristo aqui na vida
presente: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está
condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus.”(João
3.18). Falando aos judeus, Jesus disse: “Na verdade, em verdade vos digo
que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida
eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”.
(João 5.24) Em Rm 8.1, Paulo declara: “Portanto, agora nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”
EGW interpreta o sistema sacrificial de modo incorreto quando ensina que “Por
esta cerimônia (o sacrifício diário), o pecado transferia-se, mediante o
sangue, em figura, para o santuário.” (O Conflito dos Séculos, pág. 8).
“Esta era a obra que, dia após dia, se prolongava por todo o ano. Os
pecados de Israel eram assim transferidos para o santuário, e uma obra
especial se tornava necessária para a sua remoção”; “Uma vez por ano, no
grande dia da expiação, o sacerdote entrava no lugar santíssimo para a
purificação do santuário.” (idem, 418)
O erro consiste na
suposição de que o aspergir do sangue diariamente no lugar santo (Nm
28.3) poluía o lugar, enquanto que o sangue do bode aspergido no dia da
expiação (Lv 16.1-23) purificava o santuário. Se o sangue pela oferta
pelo pecado, aspergido sobre o altar, servia para transferir a culpa do
pecado do ofertante para o altar e assim contaminava o altar, por que o
sangue do bode expiatório no dia da expiação purificava o lugar
santíssimo?
Por outro lado, se a purificação do lugar santíssimo
se fazia com o aspergir o sangue do bode expiatório sobre a tampa do
propiciatório, por que o sangue derramado diariamente sobre o altar não
purificava o altar do sacrifício? “Uma vez por ano, no grande dia da
expiação, o sacerdote entrava no lugar santíssimo para a purificação do
santuário.”(Ibidem,p. 418)
Depois de proibir comer sangue, Deus
deu a razão dessa proibição “Porque a alma da carne está no sangue; pelo
que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas
almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma.”(Levítico
17.11).
Uma pergunta pode surgir por parte dos defensores dessa
doutrina: se os sacrifícios diários removiam os pecados do santuário,
por que as cerimônias do dia da Expiação? A resposta é simples: a
expiação, no dia da Expiação, era feita por aqueles que durante o ano
não tinham oferecido sacrifícios pelos seus pecados (Seventh-Day
Adventism, p. 76,77, Anthony A Hoekema, 1976).
Pecados Perdoados e não Cancelados
Diz EGW: “A
obra do juízo investigativo e extinção dos pecados deve efetuar-se
antes do segundo advento do Senhor Visto que os mortos serão julgados
pelas coisas escritas nos livros, é impossível que os pecados dos homens
sejam cancelados antes de concluído o juízo em que seu caso deve ser
investigado. “(ibidem, p. 488,489).
O livro doutrinário da
Igreja Adventista torna esse ensino de EGW mais claro, na procura da
distinção entre pecados perdoados e não cancelados, como se fossem
situações diferentes no seu significado: “Todos aqueles que
verdadeiramente se arrependeram e pela fé reclamaram o sangue do
sacrifício expiatório de Cristo, terão assegurado o perdão. Quando seus
nomes forem chamados a julgamento e se constatar que eles estão
revestidos pelo manto da justiça de Cristo, seus pecados serão apagados e
eles serão considerados dignos da vida eterna.” (Nisto Cremos, p. 418).
É
de se indagar: como admitir que quando alguém aceita a Cristo como
Salvador único e pessoal – se esse é o caso que ocorre com os
adventistas – tenha assegurado o perdão, mas, ao mesmo tempo, admitir
que seus pecados não foram apagados e que isso só se dará por ocasião da
conclusão desse juízo investigativo? Quando Jesus disse ao paralítico:
“Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados.” (Mt 9.2) ele
queria dizer apenas: teus pecados são perdoados, mas não cancelados?
Isso se parece muito com o ensino católico do purgatório, porque, depois
de cumprir todas as exigências da confissão auricular e fazer
penitências, ainda devem os católicos ir ao purgatório para satisfazer a
justiça de Cristo.O adventismo, como não crê no purgatório, admite que a
alma do crente adventista ao morrer, dorme no pó da terra. E o chamado
sono da alma. Não podem afirmar com Paulo: “Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho.” (Fp 1.21). Toda essa distinção entre
pecados perdoados e pecados cancelados, é essencial para o ensino do
juízo investigativo. Pode um cristão verdadeiro ter pecados perdoados e
não cancelados? “… o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de
todo o pecado.”(lJol.7).”Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.
“(1 Jo 1 .9). “Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos
pecados.” (Ap 1.5).
Jesus – Juiz ou intercessor?
Diz EGW: “Quando
se encerrar o juízo de investigação, Cristo virá, e Seu galardão estará
com ele para dar a cada um segundo a sua obra.” (Ibidem, p. 489). Como
aceitar o ensino segundo o qual Jesus está ocupado no céu com a obra do
juízo investigativo e simultaneamente aceitar que ele é o nosso
intercessor e mediador junto ao Pai?. “Portanto, pode também salvar
perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles.”(Hb 7.25).
Como julgar e interceder ao mesmo tempo? Jesus é atualmente nosso advogado e não juiz (IJo 2.1).
Diz mais a Bíblia:
“Quem
os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por
nós. “(Rm 8.34). “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por
ele se achega a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb
7.25).
Obra da Redenção Incompleta
Diz EGW. “O
sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos,
assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda
permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico
havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete
a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para
tirar o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram
os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta
Daniel, nosso sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a
última parte de Sua solene obra – purificar o santuário.”(Ibidem, p.
420). “Pela sua morte iniciou essa obra, para cuja terminação ascendeu
ao Céu, depois de ressurgir.” (Ibidem, p.492). “Remissão, ou ato de
lançar fora o pecado, é a obra a efetuar-se.”(Ibidem, p. 417).
Um
erro puxa outro erro. Se a expiação de Cristo não está completa, pois
lemos: “antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem”
–
perguntamos: quem pode ter certeza de salvação? A Bíblia declara que,
desde o sacrifício de Cristo no Calvário, os pecados de todo aquele que
pôs sua confiança em Cristo foram apagados por completo. Não tiveram que
esperar até 22 de outubro de 1844 para receberem o princípio do perdão,
nem até o regresso de Jesus para que se complete a obra da redenção.
A redenção é declarada completa e acabada na cruz de uma vez por todas.
Em
Hb 9.11,12 declara: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos
bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não
feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de
bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos
Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção.” (o grifo é
nosso)
Isso é repetido em Hb 1.3 “… havendo feito por si mesmo a
purificação dos nossos pecados, assentou-se a destra da majestade nas
alturas. Repetido também em Hb 10.12-14”: “Jesus, porém, tendo
oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à
destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos
sejam postos por estrado dos seus pés. Porque com uma única oferta
aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.”
Conclusão
A Sra. EGW declara que: “os
únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O
julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em
ocasião posterior” (Ibidem, p. 484) “Começando pelos que primeiro
viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração
sucessiva, finalizando com os vivos. Todo o nome é mencionado, cada caso
minuciosamente investigado. Aceitam-se nomes, e rejeitam-se nomes.
“(Ibidem, p. 486). Diz então que o julgamento tem a ver com os casos “do povo professo de Deus” e isto desde “cada geração sucessiva”.
Se
o juízo está relacionado com o povo professo de Deus e isto desde cada
geração sucessiva, então seria o caso de relacionarmos alguns dos santos
de Deus que primeiro passaram por este mundo e cujo registro está na
Bíblia.
É só examinar em Hebreus 11.40 que se lê acerca de Abel:
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual
alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus
dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.”
Perguntamos: Abel
necessita ser investigado? Agora vamos ver um segundo caso, o de Enoque
embora saibamos que ele foi arrebatado para não provar a morte (Gn
5.24): “Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi
achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação
alcançou testemunho de que agradara a Deus. “(Hebreus 11.5).
É
preciso acrescentar outros nomes como Abraão, de quem se diz que Deus já
lhe preparou uma cidade celestial? (Hebreus 11.8-10). Os heróis da fé
já mais passarão por esse “juízo investigativo” inventado pela Sra. EGW e
defendida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. É só ler Hb 11.13,39:
“Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas
vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram
estrangeiros e peregrinos na terra.” “E todos estes, tendo tido
testemunho pela fé, não alcançaram a promessa.
Cristo mesmo falou
sobre este assunto. Ele avisou aos judeus incrédulos que eles veriam
Abraão e Isaque e Jacó e todos os profetas no reino Deus, sendo que eles
mesmos seriam lançados fora: “Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, e Isa que, e Jacó, e todos os profetas, no reino
de Deus, e vós lançados fora.”
“E virão do oriente, e do ocidente,
e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus. (Lucas
13.28,29). “E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me
seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono
da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as
doze tribos de Israel.” (Mt 19.28).
Poderia Jesus ter assim
falado, se antes eles tivessem de passar pelo ‘juízo investigativo” que
se iniciaria em 22 de outubro de 1844? Paulo falou com confiança
referente ao seu futuro, dizendo: “Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia,: e não
somente a mim, mas também a todos os que amarem sua vinda.”( 2 Timóteo
4.7,8).
Se Paulo admitisse esse “juízo investigativo” ele teria
escrito: “A coroa da justiça me esperará depois que eu tiver passado
pelo ‘juízo investigativo” que se iniciará em 22 de outubro de 1844.
“Quanto aos outros apóstolos, seus nomes estão inscritos no fundamento
da Nova Jerusalém: “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles
os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”. (Apocalipse
21.14). Perguntamos: Nomes tão gloriosamente adornados irão para revisão
no julgamento investigativo? Terão que passar por um martírio?
Certamente
que não. O caso se torna pior quando sabemos que os adventistas admitem
a doutrina da Trindade e, consequentemente, aceitam a deidade absoluta
de Jesus e daí reconhecem que ele possui todos os atributos de Deus. Um
desses atributos é a onisciência. Mas essa onisciência é negada quando
Jesus pode ser comparado a um professor que, primeiro, deve corrigir as
provas dos seus alunos para, em seguida, saber os que serão ou não
aprovados.
O Jesus da Bíblia é realmente onisciente: “Eu sou o bom
Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.”(Jo
10.14). “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me
seguem. E dou-lhes a vida eterna e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará da minha mão. “(Jo 10.2 7,28). “Todavia o fundamento de Deus
fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e
qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.” (IITm
2.19).
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